segunda-feira, 21 de maio de 2007

Must-haves de Buenos Aires 2

Cheesecake não é pra todo mundo. Tem gente que acha uma sobremesa boba, especialmente em um país como o Brasil, que ama chocolate e tem pouca paciência com bolo de queijo, especialmente fora de Minas Gerais.

Um dos aspectos que realmente valorizo em qualquer restaurante, bar of afim é a consistência dos produtos. Sou um ser de hábitos e como tal, nada me irrita mais que ir a um lugar previamente delicioso que está uma porcaria. Pouco me interessa o motivo.


Convenhamos que em termos de consistência, o Mc Donalds é o cara! Eles conseguem ter o mesmo cheiro em todos os lugares do mundo (ok, ok, menos em alguns Mcs porcos imundos em NYC e outros lugares dos EUA, onde a coisa já descambou mesmo). E eles tem um cheesecake na Argentina que é de comer ajoelhado. Simplesmente é cremoso, alto, gostoso, com uma calda incrível e CON-SIS-TEN-TE!!!! Isso mesmo, amigos! Todo dia é igual! Fantástico.

Hard Rock Cafe - Buenos Aires

O museu de arte moderna de Buenos Aires (MALBA) abrigou recentemente duas exposições interessantes, uma do Volpi, com várias obras e uma retrospectiva interessante do pintor, e outra do La Chapelle, fotógrafo/diretor de clipes/queridinho de celebs e do mundo publicitário. Lá fomos nós (mi hermana y yo) ver a exposição, que se mostrou interessante, mas com poucas obras (principalmente o LaChapelle). Na saída, eu estava alucinada pra comprar umas Lomos (máquinas russas queridinhas do povo mudérno, que não são lá muito fáceis de se achar), mas fecharam a porta do lojinha da museu na nossa cara, para meu desespero e promessa de que voltaríamos no dia seguinte. Lógico que levamos uns dois ou três dias pra voltar e eu já comprei duas (link do roteiro do da balada de compra das Lomos), porque, afinal, Lomos existem para ser amadas…

Saindo do museu, passeamos um pouco pelas ruas de Buenos e decidimos comer em algum lugar próximo… depois das nossas lombrigas conversarem, decidimos ir ao Hard Rock Cafe – sim, sim… é piegas, mas serve uns hambúrgueres mighty – e chegamos lá apavoradas de fome.

Descobrimos também que na Argentina, nem o Hard Rock funciona. Eles treinam os garçons pra atenderem rápido, que entendem errado e ficam fazendo uma pressão sem tamanho em cima de você. A menina quase teve que ser morta a pedradas, de tão chata que ela foi para que fizéssemos o pedido.

Pedimos uma porção de nachos (admito, eu coloquei lenha na fogueira), que se mostrou impressionante. Veio quente, cheirosa e linda. Feijões vermelhos e tudo mais… delícia.

Depois, eu pedi umas fajitas e a Bobbita pediu um sanduíche de carne de porco desfiada. Admito que a cara do bicho tava ótima no cardápio, mas quando chegou à mesa, estava seco e sem muito gosto. Bobbita não se deixou abater e comeu bonitinha.

Minhas fajitas vieram em uma porção gigantesca, que serviria duas pessoas facilmente. Sobrou comida (e olha que eu não sou de negar fogo…). Mas estava muito boa. Mudaria talvez o tempero do guacamole, mas isso é bem pessoal. A carne estava macia, veio em uma chapa quente, com cebolas e pimentões... realmente apetitosa.

Enfim, comemos, comemos e depois tivemos que pegar um táxi pra balada, porque ninguém conseguia se movimentar direito. Ainda bem que conhecíamos as donas do bar, assim não deu vergonha de pedir um Eno básico...

domingo, 20 de maio de 2007

Retiro do pescador

Algumas cidades possuem tradições culinárias, o que não é o caso de Brasília. Eu vivi lá. Há 15 anos, não havia rúcula no mercado. Obviamente, com o avanço dos transportes, e da própria cidade, as coisas mudaram bastante. Hoje a cidade possui várias opções de restaurantes e bares, que ainda pecam pelo serviço, muitas vezes lento e irritantemente amador, mas algumas coisas compensam. Uma delas é a comina nordestina em geral. Em Brasília é possível encontrar restaurantes (até pequenas cadeias) que servem uma competente comida nordestina, principalmente carne de sol. Outro destaque é a comida baiana, aqui bem representada pelo Retiro do Pescador.

O restaurante fica à beira do Lago, em um lugar simples, porém agradável. O lugar tende a ser um pouco barulhento, mais pela construção em si do que por qualquer outra coisa. No dia em questão, havia nada menos que uma festa com DJ, palco e música EN-SUR-DE-CE-DO-RA para irritar quem estivesse comendo. Aparentemente, o restaurante não tinha nada a ver com o problema, a música ou o DJ, o que não impediu várias pessoas de irem embora. Eu não. Permanecemos impávidos, porque esperávamos a estrela do dia: a moqueca de siri.

Essa é um caso à parte. A porção serve generosamente 3 pessoas e acompanha arroz, farofa de dendê e pirão (ainda vou escrever um post sobre a inutilidade do pirão, que normalmente é uma pasta marrom que não tem gosto absolutamente de nada). Éramos 7 pessoas -boas de garfo- e pedimos uma moqueca e meia de siri e uma de camarão (meus sobrinhos são alérgicos a siri). Pedimos ainda uma porção de vatapá. As moquecas chegam fumegando em panelas de barro, espalhando aquele cheiro incrível e atiçando a lombriga da galera. O vatapá decepcionou um pouco, meio mole demais, um pouco oleoso além da conta. A moqueca, divina. Eles servem uma pimenta forte, porém bastante aromática, que parece ter nascido pra ela.

A moqueca de camarão também estava boa, com camarões grandes, mas não se comparava à de siri.

Depois de comermos, tivemos que sair correndo para fugir da música. Afinal, agora ninguém mais tinha fome (nem uns 30% da capacidade auditiva, que deve ter sido perdida com o barulho).